Perda da memória é
uma das maiores preocupações.
Sinônimo de experiência, de etapas vencidas e realizações,
envelhecer também pode representar perdas ao longo do tempo, em especial de
memórias mais recentes. Embora o envelhecimento populacional seja um fenômeno
mundial devido ao aumento na expectativa de vida, o declínio da memória e a
prevalência das doenças demenciais, principalmente da doença de alzheimer,
estão entre os principais desafios.
A perda da memória também é uma das maiores preocupações a
cercar a longevidade. Ainda assim é possível encontrar pessoas com as funções
intelectuais preservadas mesmo em idade mais avançada.
Mas como chegar ou ultrapassar os
70 ou 80 anos, por exemplo, com a mente sã?
Quando a perda de memória pode ser sinal de
alguma doença? Como investigar isso? Existe cura?
As respostas a essas e outras
questões são respondidas nesta entrevista pela especialista Maria Beatriz M. Montaño, que é médica geriatra pela Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia, mestre e doutora pela Universidade Federal de São
Paulo- Escola Paulista de Medicina, e professora doutora da Faculdade de
Medicina de Sorocaba - PUC-SP.
P - Esquecer é um
fenômeno normal do envelhecimento?
R - Sim. Há um
declínio normal da memória com o envelhecimento, principalmente para a memória
de fatos recentes. Também nota-se menor prontidão da memória, porém, as
alterações não devem atrapalhar as atividades diárias.
P - O índice de
dificuldade na memória é maior em que faixa etária?
R - Não se trata
de um índice, mas essa dificuldade na memória e em outras atividades
intelectuais (como pensamento, raciocínio, orientação, etc) aparecem depois da
aposentadoria, fase marcada pelo decréscimo do uso dessas funções.
P - A partir dos 40,
50 anos é normal a perda da capacidade de armazenar informações? O bombardeio
de informações pode dificultar a assimilação?
R - Como já
citei, as mudanças ficam mais evidentes depois dos 60 anos, claro que essas vão
se acentuar na idade mais avançada. No entanto, para indivíduos mais jovens a
dificuldade de memória ou concentração se relaciona a algum problema, como
depressão, ansiedade, transtornos orgânicos como hipotireoidismo, entre outros.
O grande número de informações somado a sobrecarga de trabalho e excesso de
funções podem atrapalhar o desempenho das funções intelectuais.
P - Por outro lado
existem pessoas com a memória íntegra, mesmo a partir dos 80 anos, não é mesmo?
Quando isso acontece?
R - Sim. Há uma
grande variabilidade da performance da memória e de outras áreas das funções
intelectuais, mesmo na idade muita avançada, geralmente indivíduos com essas
funções preservadas durante a vida estimularam muito as mesmas, além disso,
também há fatores hereditários e é importante o controle de fatores de risco
que podem interferir na circulação cerebral como hipertensão, diabetes,
tabagismo e colesterol elevado, além do sedentarismo.
Um comentário:
Gostaria de deixar meu comentário, e dizer que a memória pode ser treinada. Na busca por falta de concentração, cheguei a este assunto, que podemos treinanr para melhorar. E a falta de concentração, afeta a nossa memória. Ou pode ser um problema psicológico também, na leitura deste outro artigo (http://www.memoriadominante.com/psicologia-comportamental-memoria), fala do comportamento da memória.
Obrigado
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